Foto: Divulgação
São fortes os indícios da iminência do anúncio de que Paulo Pimenta vai compor no primeiro escalão do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da silva, que inicia em 1º de janeiro. Aliás, no momento em que você está lendo esta nota não é impossível que a informação já esteja confirmada, o que não havia ocorrido até o fechamento da coluna.
De todo modo, é a consolidação do deputado federal santa-mariense na primeira prateleira da política nacional, do ponto de vista da Esquerda. Ah, e diferente do que se cogitava, não será o ministério das Comunicações a pasta a ser ocupada. Mas a Secretaria de Comunicação Social. Também no primeiro escalão, e sobretudo com status suficientemente elevado para estar alojado em gabinete junto ao do próprio Presidente da República, no Palácio do Planalto.
Entre os órgãos que estarão afetos a Pimenta, se o nome dele for confirmado oficialmente, está a EBC, Empresa Brasileira de Comunicação, o guarda-chuva sob o qual se alojam, por exemplo, a TV Brasil e todos os veículos midiáticos do governo federal. O agora parlamentar também terá contato direto com os veículos de comunicação do país inteiro, dos maiores aos menores, tanto os tradicionais quanto as novas mídias, entre as quais as surgidas com a internet.
Apenas para se ter uma ideia, seguem-se algumas das atribuições oficiais da Secretaria de Comunicação Social:
formular e implementar a política de comunicação e de divulgação social e de programas informativos do Poder Executivo federal;
consolidar as estratégias de comunicação no âmbito do Poder Executivo federal;
coordenar e acompanhar a comunicação interministerial e as ações de informação e de difusão das políticas do Governo federal;
coordenar, normatizar e supervisionar a publicidade e o patrocínio dos órgãos e das entidades da administração pública federal, direta e indireta, e das sociedades sob o controle da União;
relacionar-se com os meios de comunicação e as entidades dos setores de comunicação e exercer as atividades de relacionamento público-social;
coordenar e consolidar a comunicação governamental nos canais próprios.Ainda há, claro, caminho a ser percorrido, mas a trajetória de Paulo Pimenta, hoje com 57 anos, desde os tempos do movimento estudantil (é técnico agrícola e jornalista formado pela UFSM), passando pela Câmara de Vereadores, Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados, passando pela vice-prefeitura e uma tentativa de virar prefeito de Santa Maria, é claramente ascendente. E, a confirmar-se sua nova posição no tabuleiro político nacional, oferece novos contornos para um futuro ainda a ser construído.
É preciso enfrentar a questão dos (baixos) salários dos CCs
Foto: Nathália Schneider (Arquivo/Diário)
A proposta não é simpática. Chefes de Executivo, não raro, optam por não se incomodar com a opinião pública, que tem se mostrada cada vez mais refratária. No entanto, da mesma forma que Eduardo Leite (foto) enfrentou a questão e recebeu o apoio quase unânime da Assembleia, talvez esteja na hora de tratar o assunto pelo nome.
Sim, Cargos de Confiança são importantes na gestão pública. Em alguns casos são fundamentais para o perfeito funcionamento da máquina. Até é possível discutir a quantidade, que não deveria, opinião claudemiriana, ultrapassar os 5% do total de servidores ativos.
No caso específico de Santa Maria, em que os CCs (e detentores de Função Gratificada – FGs – já integrantes do quadro geral) não alcançam esse percentual, há evidente defasagem salarial. Especialmente nos cargos em que se exige maior qualificação formal.
Sim, não é algo “simpático”. Mas faz com que, para exemplificar, e desconsiderando as exceções, secretários sejam recrutados entre profissionais aposentados, já funcionários do município ou que têm outras fontes de renda, como empresários, por exemplo.
Outra possibilidade, mas mais onerosa, é chamar servidores de outros órgãos públicos, que mantém o próprio salário e a diferença é paga pelo município ao organismo cedente.
O colunista nem irá adiante, falando sobre adjuntos e superintendentes, não raro submetidos a remuneração ainda menor, não obstante a sobrecarga de tarefas. Sim, não é tema fácil. Mas tem que ser enfrentado. Sob pena de, cada vez mais, perder-se quadros qualificados.Eduardo Leite teve a compreensão parlamentar, embora o choro aqui e acolá. Que sirva de exemplo.
Secundária – 1.103 toques e foto de Givago Ribeiro
Vitória de Givago Ribeiro, um conciliador na Câmara
Foto: Nathália Schneider (Diário)
A vitória de Givago Ribeiro, novo presidente da Câmara, era esperada. Até mesmo a folga de votos (foram 13 a 8) foi prognosticada aqui mesmo. O tucano, conforme a decisão dos que apoiam o grupo formado ano passado, foi indicação de seu partido.
Mas o que significa o resultado, em relação a 2021? Talvez a adesão de dois vereadores, a petista Marina Callegaro e o emedebista Rudys Rodrigues, seja bom indicador.
Primeiro, a boa administração do parlamento e suas nem sempre fáceis relações individuais. Mérito do grupo como um todo e do ex-presidente Valdir Oliveira, do PT, e seu espírito colaborativo.
E, segundo, um sintoma claro de que a política cansou do dissenso. Não que se queira o consenso, mas a empatia precisa superar o confronto – que deve ficar, se for o caso, no campo das ideias. O espalhafato, os desarranjos e tudo o que deles decorrem, simplesmente enfastiam.
Não há juízo de mérito, aqui, só a constatação de que edis como Valdir e Givago são o que se quer, ao menos nesse momento tão delicado das relações políticas. Se isso não é o motivo para o resultado, certamente dele faz parte.
Luneta
NOVOS CARGOS
Figuras ilustres do primeiro mandato do tucano Eduardo Leite no governo gaúcho começam a ser acomodadas no segundo período. O próprio atual titular do Piratini, Ranolfo Vieira Jr, é um deles. Outro é o economista Leonardo Busatto, que ocupa agora a secretaria da Fazenda. Ambos, por sinal, serão alojados no banco de fomento do Sul, o BRDE. E assim as pedras vão se acomodando, para começar 2023.
SE MEXENDO
Não se sabe ainda qual o papel a ser desempenhado por Paulo Burmann, do PDT, nos próximos episódios eleitorais. Mas, internamente, no seu partido, ele está se mexendo e não é pouco. Há poucos dias, promoveu discussão política regada inclusive a novas filiações na agremiação fundada pelo falecido Doutor Leonel. Ah, um dos escudeiros do ex-reitor é o ex-vereador, por duas legislaturas, Jorge Trindade.
UNIÃO BRASIL (404 toques e uma foto/boneco de Manoel Badke)
Foto: Caroline Dalcin (Arquivo)
Essa semana, e com direito a imagens nas redes sociais, por iniciativa de seu líder local, Jair Binotto, o União Brasil festejava o fato de estar filiado na agremiação o vereador Manoel Badke (foto), ex-DEM, partido falecido junto com o PSL. Também comemoram, por certo, os outros dois ilustres do UB na comuna, o vice-prefeito Rodrigo Decimo (ex-pesselista) e a ex-vereadora Cida Brizola, oriunda do PP.
VAI FICANDO
A celebrada permanência de Badke no UB é tão permanente quanto possível. Na verdade, o edil vai ficando, até que tenha mais clara a questão jurídica que, num primeiro momento, o levou a permanecer, temeroso da perda do mandato. De todo modo, sua ida ao PL (como era, ou é, o seu desejo) poderá ser adiada pelo menos até março da 2024, o chamado “mês da traição”. Lá, obrigatoriamente, terá de se definir.
PARA FECHAR!
Duas questõezinhas apenas, nesse fundinho de página. Parece que (a) Santa Maria e região não serão mesmo contempladas com funções no primeiro escalão do segundo governo Leite. E (b) que o Natal seja bem pródigo de muita paz e um tantinho de fraternidade que seja. O que significa, por exemplo, que o mundo paralelo se encontre, afinal, com o mundo real; o que já é mais que hora, por sinal.